Maridagem Improvável!!


Chega de estar a falar de coisas más!!! Nestas alturas temos de procurar as coisas que nos dão prazer e ajudam a esquecer que vivemos tempos complicados.

 Hoje resolvi provar um vinho que comprei pelo rótulo!! Sim!! não é meu hábito, nem o rótulo é grande coisa. Mas o conteúdo fez-me regressar a minha infância, de quando ia passar os últimos dias de férias a terra dos meus avós, perto de Figueiró dos Vinhos.

No Coelhal! Aquelas manhãs em que acordava bem cedo e pegava na Flober para ir caçar passarinhos junto de uma figueira. Sim!! Eu gosto de caça! Sei que nos tempos que correm este tipo de actividade é muito condenável por muitos. Mas que se lixe!! Eu gostava de caminhar, pelo campo bem cedo a ouvir o que a natureza oferecia. As quedas da água da fonte natural, sentir o frio da manhã.

Depois da caçada a minha avó fazia como ninguém os passarinhos fritos!! Aquele manjar sabia pela vida. Fritos num gorduroso molho que servia para fazer bóias com o pão caseiro.

Nessa altura não tinha idade, nem para caçar nem para beber vinho. Mas o vinho que provei hoje, fez-me querer que a minha avó fosse viva para fazer os passarinhos fritos e beber este vinho, teria sido a maridagem perfeita.

Este Vinhas Improváveis do Douro mostrou um nariz denso, profundo, com fruta madura a lembrar compota de cereja e ginga, até faz cócegas no nariz. A madeira confere estrutura ao carácter da fruta, introduzindo componentes a rebuçado e caramelo. Mas a virtude reside na vivacidade e frescura deste conjunto de aromas, carinhosamente envolvidos por uma vertente doce. Na boca revela força, estrutura, densidade. Os taninos pujantes, plenos de densidade, agarram o palato com garra, aprofundando sabores a fruta. São secundados por uma acidez fresca que prolonga a nossa imaginação para além do real. Tem raça e futuro este grande Douro.

Um brinde as coisas boas da vida e as boas recordações!! Mesmo que elas tenham alguma coisa de ilegal.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas