A curva dos enochatos

Nestes últimos dias temos sido invadidos por curvas exponenciais, curvas logísticas, curvas à Portuguesa, curvas à Zé do Pipo… É um mar de gráficos sem fim, que em limite ajuda a esclarecer a população. 

Por tempos Iseguianos, um sábio professor disse-me: se conseguires explicar graficamente a ideia, tem probabilidade de ser uma boa ideia e a mensagem será facilmente captada.

O fiel provador já, e bem, trouxe o tema ao francamente vinhos - enochatos. O crescimento exponencial de enochatos que temos à nossa volta, não é necessariamente mau de todo, mas por vezes confunde o consumidor, e quanto mais se complica mais se afasta dele.

O exercício é saber se conseguimos traduzir os enochatos numa curva:

  

Fase 1 – Até aos 100 vinhos vinhos provados, Descoberta

Fase 2 – 101 < X < 500 vinhos provados, Aprendizagem

Fase 3 – X > 500 vinhos provados , Conhecimento

A partir de quantos vinhos provados temos de combater os ENOCHATOS? Define esta premissa, que será aos 500. Será neste ponto – ponto da humildade, em que o enochato desponta (curva A), ou simplesmente se mantém a paixão em provar vinhos da forma mais genuína (curva B).

O desafio é tentar combater os mitos e as crenças socialmente construídas mais do que tudo. A minha sugestão é que bebam da melhor informação possível, que troquem experiências com profissionais da área, ou usufruam simplesmente de um vinho sem preconceitos ou rótulos. Essa é a forma de baixarmos a taxa, ou achatarmos a curva! O aumento de número de vinhos provados tem de nos dar humildade para simplificar e deixar cair tabus.

“O trabalho em psicologia moderna e em economia comportamental observou que, em certas áreas, existem desvios de percepção sistemáticos. Os juízos são constantemente  afetados por preconceitos” em o Preço da Desigualdade  de Joseph Stiglitz.

Se tem muito álcool é um grande vinho; os brancos do Alentejo são chatos, não têm acidez, não têm frescura. Estes e outros são exemplos de mitos defendidos por alguns enochatos.

O Terras de Uva branco 2018, é um vinho fresco, fruta bem presente com destaque para alguma fruta tropical  e acidez q.b., harmonioso e um volume de boca que deu um prazer do catano à mesa com lombo de bacalhau grelhado. Sim, um branco do baixo Alentejo pode dar um excelente momento de prazer!  

Vamos (também) achatar a curva dos enochatos, é o desafio que temos pela frente.

Fiquem em casa e partilhem o vosso vinho connosco.

Abraço

Mr Wine @ Football 

Nota: O vinho foi gentilmente oferecido pelo produtor do qual sou amigo e que pode influenciar a enochatice pela positiva.